Amazônia

O risco da Amazônia nos abandonar

Índia brasileira

Crescem os focos de garimpos clandestinos em plena floresta amazônica, ocorrência de fácil percepção quando mapeada por satélites. Nossos índios e ambientalistas denunciam o avanço do desmatamento em diferentes pontos do Pará e de Roraima. Nos meses mais recentes, as agressões à floresta aumentaram em proporção considerável, cresceram as investidas dos que buscam enriquecimento na exploração predatória, na atividade extrativista ilegal.

 

Ressalvadas as diferenças regionais, as oportunidades desiguais de trabalho, todo brasileiro necessita de recursos para seu sustento e o da família. São 20 milhões de pessoas que vivem na região amazônica, segundo as entidades que trabalham com levantamento estatístico.

 

Desejamos viver em condições favoráveis sem agredir a floresta, atender à demanda, produzir alimentos para consumo interno e externo. E conciliar esses fatores aparentemente conflitantes é um imenso desafio, desafio que necessita ser enfrentado com habilidade, com eficácia. Há quantos anos falamos em preservar a cobertura verde do planeta, Brasil em especial? Sabemos que a maioria dos países pertencentes ao denominado Velho Mundo não conseguiram, pouco restou das florestas virgens localizadas nos limites dessas fronteiras. Há séculos a Europa usa o reflorestamento como solução, os famosos carvalhos plantados com esse objetivo.

 

Nós, a referência, o pulmão do mundo, os guardiões do oxigênio, necessitaremos de vultosos financiamentos internos e externos para cumprir tão honrosa e difícil missão.

 

“As imagens avaliadas na BBC são da Planet Labs, empresa americana que mantém mais de cem satélites em órbita e fazem fotografias diárias de todo o globo. A atividade foi monitorada em três das terras indígenas brasileiras que mais sofrem com garimpos ilegais de ouro: a Kayapó, a Munduruku (ambas no Pará) e a Yanomami (em Roraima e no Amazonas). Somados, os três territórios ocupam uma área equivalente a do Estado de São Paulo e abrigam alguns dos trechos mais preservados da Amazônia brasileira.” (BBC News Brasil).

 

Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), avisa que indígenas de diferentes partes da Amazônia têm relatado aumento nas invasões promovidas por garimpeiros desde o início do novo governo.


Tramita no Congresso Nacional (1996) um projeto de lei para regulamentar a mineração em terras indígenas. O governo tenta agora retomar o projeto. Segundo Sonia, a maioria das comunidades indígenas brasileiras é contrária à regulamentação da atividade por temer suas consequências sociais e ambientais.

 

Danos neurológicos e malformações doentias ocorrem com frequência nos bebês, em consequência do uso do mercúrio na extração do ouro. Em 2016, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Socioambiental (ISA) revelou uma desastrosa realidade; o índice de pessoas contaminadas nas aldeias yanomami por mercúrio chegava a 92%.

 

Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alerta para o aumento de 88% no índice de desmatamento da Amazônia em junho deste ano, se comparado com junho de 2018.

 

Ainda há tempo. Vamos trabalhar.

 

Dados da BBC News Brasil, Inpe, Fiocruz, Abip.

Mais árvores

 

Para conter o aquecimento global, será necessário reduzir o excesso de dióxido de carbono lançado na atmosfera. Preservemos nossas reservas florestais e plantemos mais árvores. Essa é a única solução, aqui e no mundo.

 

Necessitaremos de 1,2 trilhão de novas mudas, um número quatro vezes maior do que a totalidade de árvores existentes na floresta amazônica. Calcula-se que no planeta existam cerca de três trilhões de árvores.

 

Esse é o principal ponto defendido por um estudo realizado na revista Science que circulou em julho. "Seguramente podemos afirmar que o reflorestamento é a solução mais poderosa se quisermos alcançar o limite de 1,5 grau (de aquecimento global)", afirmou à BBC News Brasil o cientista britânico e ecólogo Thomas Crowther, professor do departamento de Ciências do Meio Ambiente do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, e um dos autores do trabalho.

 

O objetivo é limitar o aquecimento global em 1,5 grau Celsius até 2050, segundo informa o cientista.

  Demarcação
deTerras Indíginas

 

Continuará na Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão ligado ao Ministério da Justiça, a tarefa de demarcar as Terras Indígenas, em obediência à decisão proferida em agosto no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Apesar dos esforços para combater o desmatamento na Amazônia, o avanço tem sido incontrolável. A derrubada de árvores em unidades de conservação na bacia do rio Xingu, Pará e Mato Grosso, cresceu 44,7% em maio e junho de 2019, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados estão no boletim da Rede Xingu+, entidade composta por 24 organizações.

IMS

A Luta Yanomani 

Fotógrafa ativista Claudia Andujar

 

Claudia Andujar dedicou a vida à proteção de nossos índios. Nasceu em 1931 na Europa, entre a Romênia e a Hungria. Escapou da Segunda Guerra Mundial acompanhada de sua mãe e, juntas, embarcaram rumo ao Brasil em 1955. Fotografou os índios Yanomami para a revista Realidade, índios distribuídos entre o Amazonas e Roraima.  Durante os anos 1970, o projeto do governo militar rasgou a floresta com asfalto, distribuiu doenças, provocou a poluição e atraiu os garimpos. Esse contato aniquilou os povos indígenas indefesos. Claudia travou um combate às consequencias do programa instalado, lutou para frear o genocídio.

Fundação
Darcy Ribeiro

Fundação Darcy Ribeiro

Sede da Fundação Darcy Ribeiro, Santa Tereza.

 

Acadêmico da ABL, educador, indigenista, Darcy recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Sorbonne, em 1978.

 

Aberta ao público, a Fundação mantém uma biblioteca de 30.000 volumes. Coleção Franceses no Brasil, séculos XVI e XVII, editada na Fundação.

Franceses no Brasil

 

 

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